FORTALEZA - O mesmo vento que alivia o calor do Nordeste também faz girar a economia com o aumento da produção de energia elétrica. Cerca de 18% da energia elétrica consumida no Ceará já vem dos ventos. Nesta época do ano, é tanto vento que a rotina dos moradores de Fortaleza acaba mudando. Na casa da estudante Denise Maria de Souza, o vento leva até a tranqüilidade do sono.
- Eu durmo com a janela fechada porque não agüento o frio de noite. Aí acaba ficando calor - diz a estudante.
Pelo menos ao ar livre ninguém pode reclamar da temperatura.
- Não incomoda, não. Quanto mais vento, melhor. Melhor do que coisa abafada - diz uma mulher.
A meteorologia explica o fenômeno: a nebulosidade que provoca chuva no primeiro semestre na região se afasta agora.
- Na segunda metade do ano, ela fica justamente um pouco mais deslocada para o hemisfério do norte. A alta pressão do Atlântico Sul se intensifica, fazendo com que os ventos soprem mais intensos em grande parte do Nordeste - explica o meteorologista David Ferran.
Além de aliviar o calor, os ventos também ajudam a produzir energia elétrica, de uma fonte limpa. Ao rodar mais rápido, os geradores de energia eólica produzem mais e auxiliam a rede de abastecimento. Segundo um especialista, em torno de 18% da energia elétrica consumida no Ceará vem dos ventos.
- A gente começa esse segundo semestre com uma energia formidável. Deus nos deu um potencial enorme - diz Adão Linhares, especialista em energia eólica.
A temporada de ventos fortes, no entanto, dura pouco. A partir de outubro, o Nordeste terá somente a típica brisa do mar.
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