A permissão para o Paraguai negociar uma fatia da energia elétrica produzida por Itaipu no mercado livre brasileiro poderá desorganizar o planejamento energético do País. Para cobrir o espaço deixado pela retirada de eletricidade do mercado cativo (atendido pelas distribuidoras), o governo terá de fazer novos leilões, afirma o professor da UFRJ, Nivalde de Castro. Na avaliação dele, isso significa dar mais espaço para as térmicas a óleo diesel e óleo combustível, que, além de serem mais poluentes, são extremamente caras. Isso porque a construção de uma hidrelétrica leva mais tempo para ser concluída do que uma térmica. "Esta decisão foi pensada e decidida no Ministério das Relações Exteriores. Eles estão definindo a política energética do País".
Este blog visa a tratar de temas ligados ao setor elétrico e mercados de energia. Este blog também visa a discutir e estudar as Energias Alternativas Renováveis.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Sobre o caso Itaipu
A permissão para o Paraguai negociar uma fatia da energia elétrica produzida por Itaipu no mercado livre brasileiro poderá desorganizar o planejamento energético do País. Para cobrir o espaço deixado pela retirada de eletricidade do mercado cativo (atendido pelas distribuidoras), o governo terá de fazer novos leilões, afirma o professor da UFRJ, Nivalde de Castro. Na avaliação dele, isso significa dar mais espaço para as térmicas a óleo diesel e óleo combustível, que, além de serem mais poluentes, são extremamente caras. Isso porque a construção de uma hidrelétrica leva mais tempo para ser concluída do que uma térmica. "Esta decisão foi pensada e decidida no Ministério das Relações Exteriores. Eles estão definindo a política energética do País".
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Pesquisa do GESEL/IE/UFRJ divugada na Folha de S.P.
Um paradoxo rege o modelo brasileiro de tarifas de energia elétrica: enquanto as mais baixas taxas são cobradas em áreas mais ricas, as regiões mais pobres convivem com os maiores preços do serviço.O Maranhão, por exemplo, tem a segunda menor renda per capita do Brasil, mas sua população paga a maior tarifa de energia dentre as 64 distribuidoras instaladas no país.A tarifa da Cemar, distribuidora local, é 72% maior do que a da CEB em Brasília, que tem o maior PIB per capita do país e onde a energia é a mais barata (o preço só é menor no Amapá por razões atípicas, pois a Aneel não autoriza reajustes da distribuidora porque ela está inadimplente com geradoras).Na comparação com os consumidores residenciais da Eletropaulo, maior distribuidora do país, a tarifa no Maranhão é 43% mais cara. Todas essas concessionárias figuram entre as com menores tarifas do país.Os cálculos foram feitos com base em dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e consideram a tarifa básica, ou seja, apenas o custo da energia. Não estão embutidos encargos (como a taxa de iluminação pública de alguns Estados) e o ICMS, diferenciado em cada Estado -que pode variar de 12% a 30%, dependendo do Estado e da faixa de consumo de energia. Em alguns Estados, a baixa renda é isenta do tributo.Ainda na lista das mais altas tarifas estão distribuidoras de Rondônia, interior de Minas Gerais, Piauí e Tocantins -todos com renda per capita menor. Também está a Ampla, que abastece parte da região metropolitana e o interior do Rio e tem grandes perdas de energia.A própria Aneel, que regula as tarifas, mostra-se preocupada com a discrepância do custo entre as distribuidoras.Segundo o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, é preciso reduzir a "assimetria" de preço entre as várias concessionárias. Não é "tolerável", avalia, o consumidor de alta renda de Brasília pagar o menor valor do país, enquanto o do Maranhão, mais pobre, paga mais.Tal realidade, afirma, retira até mesmo o poder de atração de investimentos a Estados de menor renda -já que a disparidade persiste também no custo da energia para as indústrias.Em vista disso, o governo estuda mudanças, como subsídios e novas regras de concessão, para reduzir a diferença.O desequilíbrio decorre das próprias características do mercado de cada distribuidora. As concessionárias em regiões mais ricas têm mais consumidores concentrados num espaço menor. Ou seja, uma rede menor atende a um número maior de usuários, o que reduz os investimentos. É o caso da Eletropaulo, por exemplo.Já nas áreas mais pobres, a densidade de consumidores é baixa e os custos para manter a rede são os mesmos. Nesse perfil, está a Cemar (Maranhão).
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Biomassa e a crise
A expectativa das usinas sucroalcooleiras era colocar no mercado energia equivalente a um total de 6.000 MW. Mas o que é comercializado hoje equivale a apenas um décimo desse potencial. O BNDES está mais criterioso para liberar financiamentos, inclusive aos projetos que já estão em andamento. O presidente da EDP Energias Renováveis disse recentemente que a biomassa não é mais neste momento prioridade. A CPFL Bioenergia só anunciou um investimento até agora. O grupo Cosan, no entanto, prevê investir R$ 2 bilhões em cogeração de energia nos próximos anos. Segundo Adriano Pires, diretor do CBIE, a crise do setor sucroalcooleiro é circunstancial. "Se o governo tivesse negociado preços mais realistas, talvez hoje a situação seria outra", disse. (Valor Econômico - 17.07.2009)
Crise trava investimentos em cogeração
As dificuldades enfrentadas pelo setor sucroalcooleiro tem emperrado as parcerias com empresas do setor elétrico em cogeração. Ao longo deste ano, o setor lamenta o anúncio de investimentos em bioeletricidade a partir da biomassa, que possui um custo bem menor que as demais termelétricas. A expectativa é que o leilão de energia nova A-3, previsto para agosto, retome, em parte, este movimento em cogeração, que foi intenso em 2008. O consultor da TK Consultores, Paulo Francisco de Siqueira Costa, acredita que a dificuldade de crédito e os efeitos da redução da demanda em função da crise afetaram os investimentos em cogeração. Tanto os produtores de cana-de-açúcar quanto as grandes empresas de geração estariam sofrendo essas conseqüências. "Hoje, oficialmente, temos 50 usinas e destilarias abertamente disponíveis para a venda. Quando a oferta é tão grande é natural que os pouquíssimos compradores estudem, analisem, esperem o momento adequado para decidir o quê e quando fazer", diz. O consultor da TK não acredita que a situação vá se modificar até o fim do ano, e ressalta a atuação dos grupos Cosan e Equipav como exceções que ainda conseguem realizar investimentos em cogeração de energia elétrica a partir da biomassa. (Agência Leia - 15.07.2009)
Fomento para energia renovável
Novidades do setor de energia eólica
segunda-feira, 13 de julho de 2009
O caso CELESC
Na década de 1990, a privatização das empresas públicas do setor elétrico era vista como uma panacéia que resolveria todos (ou os principais) os problemas das empresas públicas, especialmente administração e investimentos em expansão. As crises no setor elétrico - 2001 no Brasil e na Califórnia, por exemplo - mostram que o mercado não é, per se, um ótimo alocador de recursos no setor elétrico. Ao se analisar brevemente as políticas atuais dos países mais ricos, vemos que na União Europeia, há a formação das National Champions, que são empresas, quer públicas ou privadas, que contam com apoio do Estado. A principal razão para isso é reduzir a dependência de insumos energéticos e possibilitar investimentos em energias renováveis.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Protocolo de Kyoto, por Penélope Bortoli
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Legislação para fontes renováveis
Instalada há mais de um ano (25/06), a Comissão Especial de Fontes Renováveis de Energia analisa 18 projetos de lei sobre o assunto. As propostas têm caráter conclusivo. Por isso, o texto aprovado poderá seguir diretamente ao Senado depois de aprovado pela comissão.
O Setor elétrico em junho
terça-feira, 7 de julho de 2009
ECO_LÓGICAS: Concurso Nacional de Monografias sobre Energias Renováveis e Eficiência Energética
As informações estão disponíveis no site do Instituto Ideal http://www.institutoideal.org/.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Carga em queda
A carga de energia no SIN atingiu os 49.422 MW médios em junho, queda de 3,4% na comparação com igual mês de 2008, quando foram consumidos 51.182 MW médios. O resultado foi ainda 1,1% menor do que o registrado em maio. De acordo com os dados do Boletim Preliminar de Carga Mensal do ONS, o recuo foi puxado pela ocorrência de baixas temperaturas, inferiores às registradas no mesmo período dos últimos dois anos, o que tem afetado o consumo das classes residencial e comercial. Ainda de acordo com o boletim, embora alguns segmentos industriais estejam apresentando sinais de recuperação, o aumento do consumo de energia ainda não pôde ser observado no total da carga de energia. (BrasilEnergia - 03.07.2009)
Comento:
Constata-se que a crise econômico-financeira teve impacto no setor elétrico. A demanda industrial por eletricidade reduziu-se. Porém, em termos de setor elétrico, a crise reduziu a pressão por expansão, o que permite ao governo - responsável pelo planejamentoda expansão - mais fôlego e tempo para achar soluções genuinamente brasileiras para um problema genuinamente doméstico, já que não há no mundo nem um outro setor elétrico que se assemelhe ao nosso.
Ou seja, o governo tem mais espaço para planejar e executar a expansão da capacidade instalada, e da consequente segurança do sistema.