segunda-feira, 29 de junho de 2009

Governo flexibiliza regras para eólicas

Leio:

O MME anunciou nesta quinta-feira a flexibilização das regras para participação no leilão de energia eólica, marcado para 25 de novembro. O objetivo é ampliar a oferta de empreendimentos. Segundo nota do ministério, o governo decidiu aumentar o universo de aerogeradores importados que poderão ser utilizados pelos participantes do leilão. Pela nova regra, as empresas poderão importar equipamentos com potência nominal igual ou superior a 1.500 kW. Antes, apenas máquinas com potência superior a 2.000 kW eram permitidas. O ministério prorrogou até 18h de 14 de julho o prazo para que as empresas interessadas em participar do leilão de energia eólica peçam o registro junto à EPE.
Comento: De fato, é importante tal flexibilização, porém, ainda é necessário resolver certas questões, como a mencionada num post anterior sobre o aumento do imposto de importação de equipamentos para eólicas. Ora, é necessário, à medida em que se queira aumentar a participação de fontes limpas na matriz energética, que as medidas governamentais se tornem convergentes. Foi a confusão de regras e/ou a falta delas, que ocasionou o racionamento de energia em 2001. Embora vive-se agora uma situação oposta àquela, esta é uma oportunidade para que as políticas, em suas dimensões energética, fiscal, ambiental, dentre outras, possam convergir em direção ao desenvolvimento sócio-econômico do país.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Potencial eólico mundial pode gerar 40 vezes o atual consumo de energia

Se totalmente explorado, o potencial eólico poderia gerar 40 vezes mais energia que o consumo mundial. Essa é a conclusão de um estudo publicado na edição de junho da revista da Academia de Ciências dos Estados Unidos. O estudo leva em conta a colocação de aerogeradores de 2,5 MW, on shore, com fator de capacidade de 20% e de turbinas de 3,6 MW, off shore, em águas com profundidade máxima de 200 metros e a 92,6 quilômetros da costa (50 milhas náuticas). Os pesquisadores Xi Lu, Michael McElroy e Juha Kiviluoma excluíram das medições apenas áreas densamente povoadas, florestadas ou com neve eterna. Eles usaram medições metereológicas e eólicas feitas com tecnologia do estado da arte dos modelos climáticos. Os cientistas usaram informações fornecidadas pelo Goddard Observation System Data Assimilation System. Eles mostraram que o uso de todo o potencial dos maiores emissores de gases do efeito estufa poderia reduzir drasticamente as emissões. A Rússia, terceiro maior emissor, apresenta o maior potencial eólico, entre os dez maiores poluidores, de 143 mil TWh, sendo 120 mil TWh on shore. O país consume 779,6 TWh por ano. Estados Unidos e China, respectivamente, o primeiro e o segundo maior emissor, têm potenciais de 88 mil TWh e 43,6 mil TWh. O consumo de energia americano é de 3.815,9 TWh e o chinês, de 2.398,5 TWh.

Para fazer o download do estudo, clique aqui: http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras/estudos/lu1.zip

CAMEX e os impostos sobre aerogeradores

Leio a notícia abaixo:
Enquanto o MME estuda eliminar a exigência de conteúdo nacional para aerogeradores de até 2 MW, no leilão de eólicas, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu na última semana aumentar de 0% para 14% alíquota do imposto de importação de aerogeradores eólicos. A decisão passará a valer a partir de 2010 e terá efeito direto nos projetos negociados no leilão de energia eólica, marcado para 25 de novembro. O impacto no custo dos projetos deverá ser alto, pois os equipamentos respondem por quase 80% do valor do projeto. A mesma taxação vigorava até 2006, quando agentes do setor conseguiram derrubá-la sob a alegação de que ela impedia a implantação das eólicas Proinfa. (BrasilEnergia - 24.06.2009)
COMENTO: Justamente quando temos a oportunidade de introduzir fontes mais limpas na matriz, a CAMEX nos surpreende aumentando o imposto de importação dos equipamentos. Não precisa ser especalista para entender que, no caso da energia eólica, os equipamentos representam a parte mais elevada dos custos - em torno de 80% dos custos do projeto. E, dada a escala, as fontes eólicas ainda são pouco competitivas quando comparadas às fontes tradicionais. Bom, se não há impedimentos em termos de recursos naturais e não há impedimentos técnicos à implantação destas usinas, então as principais barreiras são de natureza econômica. De modo que, o MME deveria criar políticas que incentivem investimentos em eólicas, quer sejam subsídios e/ou reduções de impostos. Pelo jeito, a CAMEX está na contramão.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Investimentos em energias renováveis

Com o agravamento das previsões dos cientistas sobre o aumento do aquecimento global, fica cada vez mais urgente a necessidade de substituir insumos energéticos como petróleo e carvão – responsáveis pelas emissões de gases – por fontes limpas de energia. O tema deixa de ser apenas um sonho de ambientalistas e começa a ser um negócio lucrativo.
No agronegócio, por exemplo, o Brasil pode ganhar por ano em torno de U$$ 160 milhões com a venda de créditos de carbono obtidos mediante a utilização da biomassa para gerar energia. O maior potencial está nos cultivos de cana-de-açúcar, que hoje cobrem 7 milhões de hectares no país, com previsão de aumentar 50% até 2015 em decorrência da expansão do uso de biocombustíveis. Cada megawatt por hora de energia produzida pelo bagaço da cana evita que mais de meia tonelada de CO2 seja lançado na atmosfera – caso essa energia fosse obtida por óleo combustível ou carvão mineral. “Além de combater o aquecimento global, a biomassa traz vantagens comerciais para as indústrias de açúcar e álcool”, afirma Ivan Zanatta, do grupo Jalles Machado, proprietário de usinas em Goiás. Na última safra, a empresa moeu 2,2 milhões de toneladas de cana. Entre 2001 e 2007, o bagaço de cana produzido pela empresa como fonte de energia evitou a emissão de 60 mil toneladas de CO2 e o projeto é deixar de emitir o dobro desse volume até 2014, quando a empresa tiver equipamentos mais eficientes para aumentar a geração e vender eletricidade para cidades no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Energia do vento
Mas não só a biomassa é fonte de negócios de carbono. A energia eólica e as pequenas centrais hidrelétricas também proporcionam esse tipo de receita. Impulsionados nos últimos anos pelo Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), os empreendimentos credenciados têm garantida a compra de energia pelo setor elétrico brasileiro. Até dezembro de 2008, o programa aprovou 144 projetos capazes de gerar energia suficiente para evitar a emissão atmosférica de 2,8 milhões de toneladas de carbono anuais, podendo valer R$ 100 milhões por ano com a venda de créditos de carbono.“O valor pode ser muito maior se for levado em consideração o potencial ainda não explorado para as fontes alternativas no Brasil”, afirma Roberto Meira, do Ministério das Minas e Energia. Até 2017, segundo plano do governo federal, o país produzirá 6,2 mil megawatts de biomassa, ventos e pequenas hidrelétricas – quase o triplo da geração atual.O mercado de carbono atrai empresas estrangeiras, como o Grupo EDP de Portugal, dono de quatro pequenas hidrelétricas no Espírito Santo e Mato Grosso do Sul que, até 2012, devem ter um crédito de 1 milhão de toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidas. Parte do crédito foi negociado com a própria matriz da empresa na Europa, abatendo essa redução das cotas obrigatórias do país. “A receita, no entanto, foi investida no Brasil, para proteger nascentes, gerar renda para artesãos e melhorar a qualidade de vida no entorno das usinas”, afirma Pedro Sirgado, diretor do Instituto EDP.
Gaúchos investem em energia eólica
Os bons ventos do mercado de carbono chegam para a energia eólica (foto), em especial no município de Osório (RS). A região concentra quase a metade de toda a eletricidade hoje produzida no país a partir dessa fonte. O empreendimento Ventos do Sul, que reúne os parques eólicos de Osório, Sangradouro e Índios, mantém um total de 75 torres capazes de produzir energia suficiente para atender anualmente 650 mil habitantes. Os parques evitaram em 2008 a emissão de 151 mil toneladas de CO2, caso o sistema de abastecimento regional utilizasse termelétricas. O projeto agora é triplicar essa produção em parceria com investidores espanhóis. O potencial brasileiro para explorar a força dos ventos é 100 vezes superior ao uso atual.Bagaço de cana dá dinheiroAntes de entrar em funcionamento o mercado de créditos de carbono com base no MDL, a usina Coruripe, em suas unidades de Alagoas (foto) e Minas Gerais, produziam energia com bagaço de cana para consumo próprio. A tecnologia era antiquada e ineficiente. Mas as novas perspectivas mudaram tudo. Hoje, a empresa gera 653 megawatts por hora de energia usando biomassa, parte distribuída para a rede elétrica das cidades próximas. Desde 2005, a tecnologia limpa passou a render créditos. “Muitos diziam que era ficção e perguntavam se acreditávamos em Papai Noel”, conta José Correia Barreto, gerente financeiro da empresa. Hoje, o grupo arrecada 1 milhão de euros por ano com os títulos de carbono vendidos no mercado. O dinheiro é aplicado na conservação da Mata Atlântica em meio aos canaviais e em alternativas de emprego para as populações do entorno das usinas.Hidrelétricas ganham eficiênciaAumentar a geração de energia de antigas usinas hidrelétricas sem causar impacto ao meio ambiente e ao patrimônio histórico de obras que datam do século 19 também vale crédito de carbono. É o caso do trabalho concluído na usina de Monte Claro do Grupo CPFL (foto), aprovado em 2006 para ingressar no mercado climático. A modernização da hidrelétrica equivale a uma redução de 850 mil toneladas de CO2, transformada em crédito. Recentemente, mais três pequenas centrais hidrelétricas na região de São Carlos e Araraquara (usinas de Gavião Peixoto, Capão Preto e Chibarro) receberam R$ 39 milhões de investimentos para produzir mais e melhor. Juntas, essas usinas passaram a gerar energia adicional equivalente à de uma nova hidrelétrica. Até 2012, a empresa pode faturar cerca de 11 milhões de euros com a nova mercadoria.

terça-feira, 23 de junho de 2009

EVENTO: POWERFUTURE 2009

Acontece em Fortaleza (CE) o POWERFUTURE 2009

O Power Future, é um dos mais importantes eventos do país no setor das Energias Renováveis. O Evento, que reúne toda a liderança do segmento, discute ações efetivas, visando revelar aos potenciais investidores, a importância de se prepararem para as condições do mercado que irão resultar do previsto crescimento do mercado da geração de energia renovável.
Este evento acontece em Fortaleza-CE desde 2004, apresentando, em todas as versões realizadas, notável repercussão, contando desde sempre com apoio e participação efetiva do Governo do Estado do Ceará.

29 de junho a 1º de julho - Centro de Convenções do Hotel Praia Centro Fortaleza - Ceará - Brasil
Mais informações: http://www.powerfuture.com.br/

Capacidade Instalada do Setor Elétrico - 2013

Leio no Canal Energia (canalenergia.com.br) a seguinte notícia:

PEN 2009: capacidade instalada passa dos 126 mil MW em 2013

A capacidade instalada brasileira vai chegar a 126.725 MW em 2013, contra o pouco mais de 100 mil, atualmente, segundo dados do Plano Anual da Operação Energética de 2009 (PEN 2009). A hidreletricidade continuará como a principal fonte do país, com 87.477 MW, mas as térmicas convencionais, como carvão, gás e óleo, vão pular de 11.895 MW, em 2008, para 26.664 MW em 2013. Isso quer dizer, que mesmo liderando, a participação das hídricas cairá de 80,9% da matriz elétrica para 69%.

Já as térmicas convencionais vão pular de 12,1% para 21% de participação. As pequenas centrais térmicas, por sua vez, vão incrementar a participação da matriz chegando a 5.737 MW, ou 4,5% das fontes energéticas do país, contra 2.313 MW, 2,3%, em 2008. Daquele montante, 3.467 MW, ou 60% serão de geração a biomassa.

Mesmo com a realização do leilão de energia eólica já previsto, a fonte deve ficar com apenas 842 MW de capacidade instalada, ou 0,7% da matriz - contra os 281 MW encontrados em 2008, o que correspondia a 0,3% de participação. As nucleares, por sua vez, manterão os atuais 2.007 MW, contudo, a participação cairá de 2% para 1,6%. E as pequenas centrais hidrelétricas chegarão a 3.999 MW instalados, ou 3,2% da matriz elétrica nacional.

COMENTO: O resultado do PEN não supreende. Em verdade, era esperado o aumento da participação térmica no setor. O preocupante é que, medida em MW, esta capacidade tende a aumentar 124%. Fica claro, que mais uma vez está se sujando a matriz. Mesmo que a capacidade eólica aumente 200%, como está no relatório, ainda é um aumento tímido, dado o potencial eólico - dentre outras fontes de energias renováveis - do país. Porém, para que isso ocorra é necessário, em nível político, a consolidação do marco regulatório do setor de energias alternativas renováveis e maiores incentivos financeiros à ampliação da capacidade instalada do setor elétrico brasileiro por meio de usinas limpas. Falarei mais disto em outros posts.

Leilão deve reduzir custos de eólica, segundo MME

Considerada pelo governo uma das alternativas mais viáveis, sustentáveis e ambientalmente limpas, a energia eólica pode ficar mais barata. É o que diz o Ministério de Minas e Energia, que vai realizar o primeiro leilão desse tipo de energia em novembro. O preço ainda é visto como o principal ponto negativo da energia eólica. O custo dos equipamentos e os baixos preços dos outros tipos de energia são os motivos apontados para os altos valores da matriz eólica.
No 2º Fórum Capixaba de Energia, em Vitória, o secretário de planejamento energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura, afirmou que o preço da energia eólica -em torno de R$ 260 MWh, pagos pelo Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) — deve ficar abaixo de R$ 200 no leilão de novembro, que já conta com 135 empresas cadastradas, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). No leilão, as empresas que oferecerem o preço mais baixo por MW/hora são contratadas pelo governo federal para entregar energia a partir de 2012.
´Se os preços chegarem a R$ 150, R$ 160 o MW/hora, os brasileiros vão ter uma energia quase sem emissão de CO2 e de baixo custo´, disse Ventura. Segundo o secretário, o preço da energia produzida em hidrelétricas é de em média R$ 134,67 por MW/hora e já chegou, em leilões, a R$ 70 MW/h.Atualmente, a potência instalada de energia eólica no Brasil é de 414 MW, sendo 60% no Rio Grande do Sul e no Ceará, os maiores geradores. A expectativa é que em 2010 haja 1.400 MW instalados. As empresas que vencerem o leilão devem aumentar o potencial em mais 4.000 MW a partir de 2012.Para Ventura, como o Brasil tem outras opções de energia renováveis, como a matriz hidráulica, os empresários não aceitam qualquer preço. ´É muito diferente de uma Alemanha e de uma Espanha, que não têm alternativa´, afirmou.´ O leilão vai sinalizar os preços, e isso é uma condição para a eólica entrar no mercado´, disse José Carlos Miranda, diretor de estudos de energia elétrica da EPE.Se comparada com as hidrelétricas, as eólicas apresentam menor impacto ambiental. Não há alagamento áreas nem perda de terras produtivas.

sábado, 20 de junho de 2009

Cana-de açucar: do etanol à eletricidade

Do açúcar ao etanol, e daí para a eletricidade, para os plásticos e, finalmente, até os hidrocarbonetos. Para Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), essa é a rota de utilização da cana a ser seguida pelas atividades de pesquisa científica e tecnológica nos próximos anos."É muito provável que, daqui a dez anos, o Brasil esteja investindo em estudos e na produção de hidrocarbonetos a partir de açúcares convencionais, quando a cana poderá dar origem a um combustível de terceira geração, principalmente se o preço do petróleo voltar a patamares elevados", disse.
Novas rotas de utilização da cana"
Essas novas rotas de utilização da cana são uma possibilidade extremamente concreta e bem próxima da realidade. Pelo menos uma dezena de empresas americanas está investindo pesadamente nessa área, seja por vias biológicas ou não biológicas. Essa nova fronteira acontecerá tão mais rápido quanto maiores forem a escassez do petróleo e os problemas do clima", afirmou. Segundo Jank, atualmente as pesquisas e suas aplicações estão entrando na era da eletricidade gerada a partir da cana-de-açúcar e também é muito provável que, em poucos anos, a maior parte do bagaço e da palha da cana seja usada para a geração de energia elétrica, "que hoje é o mercado demandante, uma vez que já existe um excedente de etanol no mercado devido à expansão da indústria nacional nos últimos anos".
Energia contida na biomassa
Dois terços da energia da cana-de-açúcar, seja para a produção de biocombustíveis ou eletricidade, têm origem na biomassa da gramínea, explicou o presidente da Unica, entidade que reúne 127 empresas industriais associadas.Segundo ele, a energia contida nas plantações de cana do país apresenta potencial estimado da ordem de 14 mil megawatts, o que representaria "duas usinas de Itaipu adormecidas nos canaviais brasileiros".Bioeletricidade"O potencial de crescimento da eletricidade de cana, a chamada bioeletricidade, é surpreendente, devendo passar dos atuais 3% da matriz energética nacional para cerca de 15% em 2020, isso considerando apenas a utilização do bagaço e da palha da cana que está plantada atualmente no Brasil", apontou o também professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
A biomassa da cana é considerada ainda, de acordo com Jank, uma matéria-prima cada vez mais importante para a indústria da alcoolquímica, com destaque para os plásticos verdes e uma série de outros produtos que podem ser feitos além do etanol."
Estamos diante de um emaranhado de possibilidades e as experiências brasileiras ainda estão à frente do ponto de vista global, mas essa dianteira ainda não está garantida e dependerá de muito investimento em pesquisa e desenvolvimento na área, além da definição de uma nova agenda de pesquisa para a cana no mundo da energia", destacou.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

CPI da ANEEL

Foi criada a CPI da ANEEL. A pergunta que fica é: Para que e para quem ela foi criada? Os deputados que criaram a CPI querem explicações da Agência sobre as tarifas e os reajustes concedidos às concessionárias. De fato, o tema é de interesse nacional, porém é de uma complexidade técnica e jurídica tão grande, que provavelmente a CPI não representará o ambiente ideal para esta discussão.

Falando de Economia, A crise de agora em diante, por Pedro Paulo Bramont

Daqui pra frente!
Embora o pico da crise aparentemente tenha passado, é necessário que o governo vá administrando os efeitos da crise. Do ponto de vista das contas públicas, o estrago segue aumentando: arrecadação em queda, gastos correntes não param de crescer, ocasionando um aumento dadívida pública interna. E, com uma agravante: com o PIB em queda, a relação dívida/PIB (que estava estabilizada) volta a crescer. Logo, uma bomba relógio - de efeito retardado - está sendo montada!
Com relação à economia visível, estamos nos adaptando a um nível de atividade econômica mais baixo, com um nível de desemprego/subemprego em alta. Some-se a isso um ingrediente político (eleição presidencial em 2010) e temos uma situação extremamente complexa daqui pra frente!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Vídeo da Semana - 20% de Energia Renovável na matriz elétrica da União Europeia até 2020

Grupo de Estudos do Setor Elétrico propõe tarifas diferenciadas por renda

Um estudo inédito do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ, escrito por Nivalde de Castro, Joazir Nunes Fonseca, Guilherme de Azevedo Dantas e Victor Gomes, apresenta três propostas para reduzir a distância que separa as tarifas praticadas pelas distribuidoras de energia elétrica nas regiões mais pobres e mais ricas do país. Paradoxalmente, a conta de luz de uma família de baixa renda no Maranhão (onde a renda anual per capita é de R$ 4.630) chega a ser quase 80% superior à de consumidores no Distrito Federal (renda anual de R$ 37.600). Uma das sugestões feitas pelo Gesel coincide com a ideia lançada recentemente pelo diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner: aproveitar a relicitação ou prorrogação onerosa das concessões que vencem em 2015 para o financiamento da equalização tarifária entre as regiões. Essa é uma solução de "médio prazo". Em vez da criação de um novo fundo, como sugeriu Hubner, os pesquisadores do Gesel acreditam que é mais conveniente usar para esse fim a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A CDE pode ser reforçada com recursos da prorrogação ou relicitação das concessões, mas o Gesel fala em duas outras alternativas. Uma proposta é destinar parte do dinheiro já levantado pelo tributo à equalização tarifária. Outra opção, segundo os pesquisadores, é a redestinação da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), hoje usada para baratear as tarifas dos sistemas isolados na região Norte.
http://www.nuca.ie.ufrj.br/gesel

terça-feira, 16 de junho de 2009

Estudo analisa a formação de holdings no setor elétrico brasileiro

Estudo elaborado pelos Professores André Luís Leite (Unisul) e Nivalde J. de Castro (coordenador do GESEL-UFRJ) demonstra que devido à estrutura de governança do setor elétrico brasileiro e dadas às características próprias do setor, tais como especificidade dos ativos, incerteza e freqüência das transações, custos de transação as empresas tendem a realizar e buscar firmar transações verticalizadas. Como no setor elétrico brasileiro a verticalização foi quebrada nos anos de 1990 e passou a ser proibida, as empresas tendem a se estruturar sob a forma de holdings, visando minimizar os custos de transação e maximizar os ganhos das sinergias das operações ao longo da cadeia de produção.
Para acessar o estudo, clique aqui: http://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/EeN/article/view/64/87

O futuro do carvão e a tendência da matriz elétrica mundial

O mundo vive claramente um novo momento, no qual há maior espaço para o debate sobre as energias renováveis. Recentemente No que tange à matriz energética mundial, gostaríamos de ver mudanças no sentido da expansão do sistema baseada em fontes renováveis. Porém, algumas tendências sugerem o contrário.
Atualmente, no planeta, o carvão é o insumo mais abundante para a produção de energia elétrica, portanto, é a matéria-prima principal em muitos países, como China (com 80% do total), por exemplo. Na União Europeia e nos EUA, o carvão participa com 19% e 31,22% da matriz de eletricidade, respectivamente. Como se sabe, o carvão é um dos principais elementos que contribuem para o aumento das concentrações de CO2 na atmosfera.

A figura a seguir, cuja fonte é a Agência Internacional de Energia (IEA), mostra as projeções para a matriz elétrica mundial em 2030 em comparação com a matriz em 2004. Note-se que a projeção indica, infelizmente, uma tendência de aumento da participação do carvão – de 50% para 53% - na matriz elétrica global.

Se há uma boa notícia, a partir do exame da figura, é o aumento da participação das fontes renováveis na matriz, porém, de forma tímida, se considerarmos o hiato temporal da análise. É, então, decisivo que se diminua radicalmente a utilização de carvão, porém, tal diminuição só ocorrerá a partir de políticas mais intensas de apoio às fontes renováveis, especialmente no que tange aos investimentos em expansão. Ou seja, somente por meio da hierarquização de políticas, com ênfase nas questões ambientias, será possível dar respostas positivas a uma crescente comunidade que visa reduzir os impactos ambientais causados pela atividade humana.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

As fontes de energias renováveis

O VENTO

O vento existente nos seis continentes do planeta é suficiente para suprir o consumo mundial de energia em mais de quatro vezes o nível atual de consumo. A energia eólica já é uma história de sucesso e gera eletricidade para milhões de pessoas, empregos para dezenas de milhares de seres humanos e bilhões de dólares de lucro. Na China, por exemplo, a capacidade de geração de energia através do vento dobrou em 2002. Desde o início dos anos 70, o governo dinamarquês apoia o desenvolvimento e a implementação de uma forte indústria de energia eólica, especialmente através de abatimentos em impostos e investimentos públicos. Na Dinamarca, existem mais pessoas trabalhando na indústria de energia eólica do que na pesca.
O SOL
A luz solar que ilumina a Terra a cada hora é suficiente para suprir as necessidades humanas por um ano inteiro. Há muitas maneiras de utilizar esta fonte de energia: Coletores solares térmicos, que podem aquecer a água e o ar para casas e instalações industriais; ou energia solar fotovoltaica, que gera eletricidade diretamente a partir da luz do sol. - Países em desenvolvimento instalaram mais de um milhão de sistemas domésticos de energia solar. - Existem aproximadamente 150 mil sistemas domésticos de energia solar no Quênia, mais de 100 mil na China, 60 mil na Indonésia e mais de 300 mil lanternas solares na Índia.
BIOMASSA
Plantações podem ser cultivadas especificamente para a produção de combustíveis e a compostagem de material vegetal também pode ser usada para produzir gás metano, que, por sua vezes, pode ser utilizado como combustível. Resíduos florestais e agrícolas também podem ser usados para produzir eletricidade e aquecer, sem causar o aumento dos níveis de CO2.
PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS
Os projetos de usinas hidroelétricas de pequeno porte usam o fluxo natural das águas dos rios para gerar eletricidade. Unidades hidrelétricas familiares contam com pequenas turbinas que usam o fluxo da água para gerar eletricidade para casas. Mais de 100 mil famílias no Vietnã usam pequenas turbinas de água para gerar eletricidade. Mais de 45 mil pequenos projetos de pequenas hidroelétricas estão sendo usados na China, gerando energia para mais de 50 milhões de pessoas.

Economizando Energia Elétrica - por Pedro Paulo Bramont

Economizar energia elétrica faz bem ao bolso e também à natureza.

menos energia consumida = menos energia gerada = menos dano à natureza!

Seguem dicas simples baseadas na literatura e também em minha experiência como consumidor e ferrenho defensor do meio-ambiente.

No verão:

No verão, mesmo com o ar-condicionado, procure ligar o ventilador também: o ventilador gasta 10 vezes menos que o ar-condicionado e, ao proporcionar uma sensação térmica mais fria, faz o ar-condicionado trabalhar menos. Nas janelas que recebem o sol diretamente é importante por cortinas/"blackouts":assim, o ambiente irá esquentar menos e, obviamente, o ar-condicionado irátrabalhar menos. Verifique (se estiver usando o ar-condicionado) se o ambiente está "vedado", i.e., se não há "frestas" que façam o ar quente de fora entrar no ambiente refrigerado.

No inverno

Procure usar aquecedores que tenham termostato: uma vez atingida a temperatura selecionada, o aparelho desliga sozinho: além de não esquentar demais o ambiente, gasta menos energia e faz com que o aparelho dure mais!Ao tomar banho, use o aquecedor na posição de máximo aquecimento e use a posição"verão" do chuveiro: o aquecedor gastará em torno de 1500 W enquanto o chuveirogastará em torno de 3500 W (na posição inverno gasta mais de 5000W!).

Usando o computador

Os monitores LCD gastam bem energia menos do que os de CRT. Programe o computador para desligar o monitor e o HD (painel de controle, opções de energia) depois de um certo tempo - além de economizar energia, você estará prolongando a vida útil de ambos. Ao mexer no mouse, tanto o monitor como o HD voltam a operar na hora!

Por enquanto, é isso. Havendo mais dicas, a gente põe aqui no Blog do André. Sugestões de idéias/dicas - com relação a esse assunto - são super bem-vindas e podem ser encaminhadas pro Blog.

Pedro Paulo Bramont, Dr. - PP

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Projeto JELARE

O projeto JELARE (Joint European-Latin America Universities Renewable Energy Project) visa a identificar as estratégias e o posicionamento pró-ativo, especialmente em ensino e pesquisa, das universidades no mercado de energias renováveis. Fazem parte do projeto universidades da Alemanha(coordenadora do projeto), Bolívia, Brasil, Chile, Guatemala e Letônia.
O link do projeto é http://www.jelare-project.eu/index.html.

Investimentos em energias renováveis superam investimentos em fontes fósseis pela primeira vez

Em 2008 as inversões em energias renováveis superaram em valores monetários as inversões em fontes fósseis (UNEP, 2009). Os valores do investimentos mundiais em energias renováveis situam-se na casa dos US$ 155 bi. Embora seja um dado que revele forte tendência de crescimento dos investimentos em em fontes energéticas limpas, o documento revela que a crise econômico-financeira de 2009 provocou uma queda na taxa de crescimento destes investimentos. Por fim, mostra o documento que os principais condicionantes dos investimentos em energias renováveis são: as mudanças climáticas, necessidade de aumentar a segurança energética, diminuição das reservas de combustíveis fósseis e o surgimento de novas tecnologias que permitem aproveitar com mais eficiência as fontes limpas. Os Estados também têm sido agentes ativos desta tendência participando com US$ 180 bi em estímulos fiscais, superando os ivestimentos das empresas, conforme estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O link para o texto é http://www.unep.org/pdf/Global_trends_report_2009.pdf

Energia Renovável em pauta

A Comissão Especial de Fontes Renováveis da Câmara analisou na terça-feira (09/06/2009) oito projetos para incentivar a produção de energia a partir de fontes renováveis. Os projetos são:
PL 3259/04, do ex-deputado Carlos Nader, que cria o Programa de Incentivo às Energias Renováveis;
PL 5248/05, do ex-deputado Ivo José, que institui o Programa de Geração de Energia do Lixo; PL 7692/06, do ex-deputado Mauro Passos, que institui o Programa Brasileiro de Geração Descentralizada de Energia Elétrica, com prioridade à geração de eletricidade a partir de fontes de biomassa, eólica, solar e outras fontes alternativas;
PL 523/07, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que cria uma política nacional de energias alternativas e prevê que, até 2020, 25% da produção de eletricidade no país seja gerada por combustíveis não fósseis;
PL 2023/07, do deputado Guilherme Campos (DEM-SP), que permite deduzir do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL ) gastos com a compra de bens e serviços para geração de energias alternativas;
PL 2505/07, do deputado Silvinho Peccioli (DEM-SP), que cria o Certificado de Empreendedor de Energia Renovável (CEER), a ser concedido pelo poder público federal a produtores de energia elétrica alternativa e renovável;
PL 3004/08, do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), que cria o Programa Nacional de Biogás.

Primeira Postagem

Esse é um blog que visa a discutir assuntos relacionados à Economia do Setor Elétrico, com ênfase em temas como regulação, formação de preços, tendências futuras para o Setor Elétrico Brasileiro. O blog também visa a discutir a questão da introdução das fontes de energias renováveis na matriz de eletricidade do Brasil.
Seja bem vindo,