quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Estudo do GESEL aponta problemas com a super oferta de gás

O marco regulatório do setor elétrico deve alterar as formas de contratação de usinas térmicas a gás natural para dar vazão ao volume extra que deverá chegar ao mercado nos próximos anos, após a entrada em operação do pré-sal. Essa é a conclusão de análise detalhada sobre o setor de gás, preparado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da UFRJ. "Da maneira como está, não há lógica para que as usinas térmicas sejam priorizadas em leilão", disse o professor Nivalde Castro, coordenador do estudo. Ele defende que a principal mudança deve ocorrer na forma de contrato, que passaria a ser de quantidade e não mais de disponibilidade como é atualmente. Pelo modelo em vigor, a Petrobrás se compromete a deixar disponível um volume predeterminado para ser utilizado nas térmicas caso elas sejam despachadas. Se não forem, esse gás tem de ter outra destinação ou mesmo ser queimado, já que não há como estocá-lo ou mesmo deixar de produzi-lo. No Brasil, a maior parte de gás produzido é associado ao petróleo. Para suspender sua produção, seria necessário também suspender a produção de óleo. "Qual o interesse de um investidor de ofertar uma usina térmica a gás, que ele não sabe quando vai gerar, por quanto tempo e se vai gerar um dia. Não tem porquê. É mais garantido ofertar uma usina a óleo, mais poluente, mas que tem como ser estocado", disse, lembrando que pela proposta de contrato por quantidade, haveria geração constante de energia a gás, mesmo que em menores quantidades. A ideia, defende o professor Nivalde Castro, coordenador do estudo preparado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), UFRJ, é que sejam feitos leilões de energia térmica no curto prazo, a exemplo do que a Petrobrás faz hoje com o próprio gás junto ao mercado industrial. "É uma forma de criar mercado e reduzir essa enorme sobra", disse. Este ano, a queima de gás natural atingiu uma média diária de 9,8 milhões de metros cúbicos, após bater no pico de 13,5 milhões de metros cúbicos. Além disso, reduziu a importação da Bolívia e suspendeu a produção de gás em campos sem associação ao óleo. "Este é um ano excepcional, com muitas chuvas, em que as usinas hidrelétricas estão vertendo água. É preciso um tipo de contrato flexível, que permita à Petrobrás comercializar esse gás, sem deixá-la engessada. Mas para isso é preciso um maior planejamento", disse o professor

Para ler o estudo na íntegra, clique aqui.

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