terça-feira, 17 de novembro de 2009

Campinas vai produzir turbina eólica


Campinas vai produzir turbina eólica

Unidade da GE localizada no bairro Boa Vista será a 1ª da empresa a fabricar o equipamento

Sheila Vieira
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
sheila@rac.com.br

A planta da GE em Campinas será a primeira unidade da empresa a fabricar turbinas eólicas a partir de 2010. A unidade produzirá aerogeradores de 1,5MW. A companhia, que é a segunda maior fabricante do equipamento no mundo, investiu mais de R$ 145 milhões no segmento no Brasil. Em 2008, a empresa como um todo faturou US$ 3,3 bilhões no mercado nacional, crescimento de 45% em relação ao mesmo período de 2007.

Embora sem data definida para ser iniciada, a nova linha de turbinas deve ser inaugurada no início do próximo ano. Para comportar a nova divisão, a fábrica em Campinas, que funciona desde 1961 em uma área de 66 mil metros quadrados no bairro Boa Vista, será ampliada e terá uma área adicional para as linhas de geradores, motores elétricos e serviços industriais, onde trabalham 1,4 mil funcionários. Mas tudo vai depender da demanda gerada pelo mercado, explica o diretor de Marketing da GE Energy para a América Latina, Marcelo Prado.

“A capacidade da unidade de Campinas em relação à fabricação de turbinas eólicas está atrelada à demanda que sairá por equipamentos do leilão de energia eólica que será realizado em dezembro”, disse. Só após o leilão a GE vai começar a se preparar para a fabricação das turbinas e deverá produzir, localmente, 60% de todo o equipamento necessário para a instalação de uma planta de captação de energia eólica. O diretor de marketing disse que ainda é cedo para estimar o impacto da produção local no preço final da usina de captação, o que depende de volume de produção. “No momento, com um único leilão de eólica programado, não podemos comentar com segurança se vai ser mais caro, igual ou mais barato”, avalia.

Segundo o Banco de Informações de Geração (BIG), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em novembro de 2008 estavam em operação no País 17 usinas eólicas, com capacidade instalada de 273 MW. Em 2007, a oferta interna de energia eólica aumentou de 236 GWh para 559 GWh, uma variação de 136,9%. No final do ano passado, o BIG da Aneel registrava a existência de 22 projetos em construção a partir da energia eólica, com potência total de 463 MW. Além deles, outros 50, com potência total de 2,4 mil MW, estavam registrados como outorgados, porém sem que as obras tivessem sido iniciadas.

A primeira turbina eólica instalada no País — em 1992, no Arquipélago de Fernando de Noronha — possuía gerador com potência de 75 kW, rotor de 17 metros de diâmetro e torre de 23 metros de altura. Hoje, as torres têm cem metros, quatro vezes mais. Conforme o Atlas de Energia Elétrica no Brasil, estudo feito pela Aneel, a taxa de crescimento médio anual da capacidade de energia eólica é 25%, perdendo para biodisel com 40% e solar com 60%. Em 2006, o conjunto composto por solar, eólica, geotérmica, combustíveis renováveis e lixo produziu apenas 435 TWh (terawatts-hora) de uma oferta total de 18.930 TWh no País.

Potencial

De acordo com o CEO da GE Energy Infrastructure, John Krenicki, o Brasil possui potencial para ser exportador dessa tecnologia para a América Latina. A companhia informou que investiu mais de R$ 145 milhões em treinamento, capacitação de engenheiros, postos de testes e desenvolvimento de novas pás eólicas nos seus parceiros fornecedores de equipamentos e componentes no Brasil. Atualmente, o principal fornecedor de pás eólicas da GE no Brasil é a Tecsis (a empresa forneceu mais de R$ 3 bilhões em pás eólicas). A fábrica da Tecsis, localizada em Sorocaba (SP), tem cerca de 5 mil funcionários, sendo 3 mil exclusivamente para a produção de equipamentos destinados à GE.

“A companhia continuará investindo na transferência da tecnologia de fabricação de aerogeradores para o Brasil, o que dará suporte à diversificação da matriz energética brasileira e ao leilão de energia eólica, que será realizado no mês de dezembro”, afirmou Rafael Santana, presidente e CEO da GE Energy para a América Latina. (Com informações da agência CanalEnergia, Negócios e Empresas)

O NÚMERO

25º
LUGAR

É a posição global do Brasil, com 0,3% do total de energia eólica produzida no Mundo. A Alemanha lidera o ranking com a geração de 23,7%

SAIBA MAIS

A energia eólica é obtida da energia cinética (do movimento) gerada pela migração das massas de ar provocada pelas diferenças de temperatura existentes na superfície do planeta. A geração eólica ocorre pelo contato do vento com as pás do cata-vento, elementos integrantes da usina, informa o Atlas de Energia Elétrica no Brasil. A evolução da tecnologia permitiu o desenvolvimento em regiões com maior potencial medido. O Nordeste, principalmente no litoral, com 75 GW, lidera a produção nacional, seguido pelo Sudeste, particularmente no Vale do Jequitinhonha, com 29,7 GW, e Sul, com 22,8 GW, região onde está instalado o maior parque eólico do País, o de Osório, no Rio Grande do Sul, com 150 MW de potência. Os parques eólicos Osório, Sangradouro e dos Índios, que compõem o empreendimento de Osório, possuem juntos 75 turbinas com potência de 2 MW cada, o que totaliza os 150 MW. São turbinas de 70 metros de diâmetro e posicionadas a cem metros de altura.

2 comentários:

  1. Esta instalação em Campinas é verdadeira??? Pois trabalho na TECSIS e não vejo nenhum comentário sobre esta nova empresa da GE.

    Qual é o endereço desta empresa?

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  2. Não sei o endereço, mas recebi esta mensagem de um amigo da prefeitura de Campinas. Vou checar.

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