sábado, 4 de julho de 2009

Para Abinee aumento dos impostos é normal

A Abinee avalia como uma medida normal o aumento de zero para 14% no imposto de importação dos aerogeradores, aprovado na última semana pela Câmara de Comércio Exterior. O presidente da Abinee, Humberto Barbato, disse que a taxa não é exagerada. "A taxa de 14% não é nenhum absurdo. É um limite dentro do padrão mundial. Se você considerar quanto o dólar está valorizado frente ao real, essa tarifa é nada". Para o executivo, a tarifa visa a favorecer a existência da indústria nacional. "A indústria nacional vai ser obrigada a se adequar aos preços internacionais", observou. De acordo com Barbato, a medida não vai interferir no preço da energia e no leilão de energia eólica, previsto para o dia 25 de novembro. (CanalEnergia - 02.07.2009)
COMENTO: Primeiramente, quando observamos a política industrial brasileira dos últimos trinta anos, vemos que o país caminhou na direção oposta àquela da geração de nossos pais, ou seja, de maior industrialização do país. O país não tem feito esforços em direção a maior industrialização e as consequentes benesses adivindas desta política. Ou seja, falta uma política industrial clara e que incentive maiores investimentos em energia eólica e outras renováveis.

2 comentários:

  1. Prezado Professor,

    Sobre seus comentários a respeito da entrevista do presidente da ABINEE, Humberto Barbato, ao Canal Energia, temos a dizer que:

    - Não concordamos que o Brasil de trinta anos atrás fosse mais industrializado que o Brasil de hoje. E só não é mais industrializado por falta de uma Política Industrial. Discordamos, também, que o país não tem feito esforços para a maior industrialização. Entendendo, como nós, o amplo sentido da palavra País, afirmamos que a iniciativa privada tem feito grandes investimentos em direção do desenvolvimento e da geração de emprego, apesar da falta da citada política.

    - Não concordamos quando o senhor afirma que, para se investir em energia eólica é necessário importar equipamentos e tecnologia. Isto é coisa do passado, pois, hoje, temos empresas produzindo equipamentos de alta tecnologia no país em condições de fornecer produtos para se aproveitar o potencial eólico brasileiro.

    - Discordamos, portanto, que a indústria local seja inexistente ou inexpressiva. Seria importante o senhor conhecer as unidades da Wobben, instaladas em Sorocaba, interior de São Paulo, e em Pecém, no Ceará. O senhor se surpreenderá com o nível de atividade e avanço tecnológico da empresa. Além do mais, ela gera cerca de mil empregos diretos e compra insumos de aproximadamente 1.700 fornecedores nacionais, o que já credencia seus produtos diante dos importados. Além disso, a Wobben foi a responsável, entre outras obras, pela implantação do Parque Eólico de Osório, no Rio Grande do Sul, com capacidade de 150MW, o maior parque eólico do hemisfério sul.

    - Discordamos de sua afirmação sobre “imposição de tarifa”, pois mostra seu desconhecimento a respeito da Tarifa Externa Comum (TEC) operada nos países do Mercosul. Ela existe para proteger a produção nacional de qualquer produto. Ou seja, comprovada a produção local, a tarifa apenas volta ao seu patamar original, de 14%, estabelecido, repito, pelos países do Mercosul.
    - Para concluir, uma última discordância: o Imposto de Importação de 14% não é um obstáculo ao aproveitamento do potencial eólico do país. O que obstaculiza, inclusive um maior crescimento da indústria local, são pessoas que analisam todo um processo baseando-se em premissas frágeis e sem conhecimento do que representa produzir no Brasil.

    José Carlos de Oliveira
    Assessor de Comunicação da ABINEE
    E-mail: zecarlos@abinee.org.br

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  2. Prezado José Carlos

    Agradeço teus comentários. Foram muito valiosos. Em relação à industrização recente do país, também concordo que falta uma política industrial mais vigorosa, mencionei apenas que na época da Política de substituições de importações era mais visível a industrialização do país.
    Quanto à questão eólica, eu agradeço teus comentários e vou modificar os meus. Agradeço por falar da empresa Wobben. Em verdade, sou favorável ao desenvolvimento de uma indústria nacional forte no setor de energia renovável, apenas creio que isso só ocorrerá a partir de uma política industrial concatenada com a política energética.
    Obrigado,

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